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N.º 1 (2015): Artes Decorativas

Francisco de Holanda ou o simulacro do génio

DOI
https://doi.org/10.37935/aion.v0i1.31
Enviado
July 30, 2022
Publicado
2022-07-30

Resumo

A dimensão universal de Francisco de Holanda constitui facto incontestável. Face ao axioma, urge libertar a visão de constrangimentos e miopias na análise do homem real, distante da mitificação histórica e teórica formulada nas multiplas páginas que a sua proficua tratadística originou. Holanda vincula-se conscientemente ao papel do génio maneirista, cujo desprendimento teórico não constitui óbice à formulação artística, antes pelo contrário. No entanto, este posicionamento dificilmente se enquadra com a estrutura teórica dos multiplos tratados e manifestos que compôs. A Idea, imagem pura e liberta de quaisquer constrangimentos assumirá papel preponderante no ideário maneirista, constituindo o seu abnegado anticlassicismo, verdadeiro libelo contestatário contra a crescente cientificação da arte. Do seu confronto com este universo dissonante — de génio multisciente à singularidade de génio criador — Holanda irá conjugar em si duas paradoxais dimensões: Um simulacro de erudição em clara oposição à Terribilitá deformante e irreverente do espírito maneirista.

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