A vasta maioria da rede ferroviária portuguesa foi implementada de forma eficaz e velozmente, graças a um sistema estandardizado de planeamento e construção das infraestruturas e principalmente através dos edifícios de passageiros. Estes conseguem responder às diferentes necessidades do local de implementação, através de uma sistematização e distribuição de classes, onde os edifícios eram organizados conforme a densidade populacional da sua envolvente, até culminar nas estações de 1.ª classe, que eram projetos únicos e de autor,
portanto não eram repetíveis. Podemos assim encontrar dois tipos de produção arquitetónica ferroviária: um ligado à produção em série, dividida em classes; outro ligado aos edifícios eruditos de âmbito ferroviário, com projetos únicos.
Este artigo visa identificar os edifícios de passageiros produzidos em série e que tem como objetivo o
reconhecimento e valorização dos mesmos como património industrial, que se enquadra na Carta de Atenas, através de uma nova leitura deste legado.