A fundação de um hospital, em 1485, pela rainha D. Leonor, mulher do rei D. João II, foi uma complexa operação política de fazer surgir uma povoação e um empreendimento pioneiro em todo o mundo, em que os melhores recursos artísticos e técnicos serviram o objetivo estratégico do Reino e permitiram a origem de uma das mais antigas manifestações de Humanismo da Europa. O Hospital Termal constituiu, a partir desse momento, um elemento de interesse científico e histórico, enquanto obra de arquitetura termal e engenharia hidráulica, e elemento estruturante do urbanismo. Simultaneamente, sublinhamos a sua ligação ao culto da água e ao apoio assistencial aos mais desfavorecidos, que lhe dá um valor imaterial com grande significado através dos tempos. Este texto apresenta a singularidade, autenticidade e excecionalidade histórica do Hospital Termal das Caldas da Rainha, bem como a intenção de definir uma rede de hospitais como suporte para uma candidatura conjunta à UNESCO.