Este breve ensaio parte do livro “A Voyage on the North Sea”. Art in the Age of the Post-Medium Condition (1999), escrito pela crítica e teórica de arte americana Rosalind Krauss (1941). Embora possamos admitir que a autora assume, por vezes, uma posição que acaba por limitar a própria pluralidade de sentidos que reivindica, reconhecemos a importância do seu livro para analisar o conceito de medium e o surgimento do paradigma «pós-medium». Iremos também recorrer às suas ideias para pensar a “especificidade diferencial” e a potência da mesma face ao contexto das práticas artísticas contemporâneas. A obra do artista William Kentridge será aqui analisada com particular atenção, considerando a recorrência a uma técnica de elaboração gráfica de animação dotada de obsolescência, o que nos permitirá aprofundar os pressupostos enunciados.