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Artigos

N.º 14 (2023): Número Multitemático

O Sujeito Dócil: Susan Buck-Morss e Byung-Chul Han Revisitados

DOI
https://doi.org/10.37935/iha.aon2023.011
Enviado
March 3, 2024
Publicado
2023-12-30

Resumo

A distância contemplativa permite fetichizar a literatura de costumes do século XIX. Nesta representam-se modos de estar burgueses cuja veneração da parte do leitor pode ser de um escapismo alienante. Este comportamento tem antecedentes, i. e. os fenómenos de alienação oitocentista, alguns encontrados nas obras de Alexandre Herculano, Eça de Queiroz e Mary Shelley. Vamos percorrer criticamente um conceito chave de matriz kantiana, a partir do estudo de Susan Buck-Morss, “Aesthetics and Anaesthetics: Walter Benjamin’s Artwork Essay Reconsidered”: a autogénese, um estado alienante do übermensch que procura racionalizar o mundo. Abordaremos a alienação de duas formas distintas, mas não incompatíveis: uma que actua interiormente, através de estupefacientes e outros depressores psicológicos, e outra que se manifesta exteriormente, como produções teatrais e outros dioramas de alienação em espaço social. Desde a taberna aos dioramas, o homem procura, através de ferramentas anestéticas, suavizar as penas do dia-a-dia. Esta predisposição mental retratada por Herculano e Queiroz e analisada em profundidade por Buck-Morss e Byung-Chul Han reposiciona as sensibilidades dos séculos XVIII e XIX numa linha que empurra o ser humano para o culto da sensação através de objectos anestéticos. Pretendemos assim fornecer uma panorâmica do estado de alienação oitocentista à luz do estudo de Buck-Morss e perceber como é que se actualiza nos quadros de interpretação da obra A Salvação do Belo, de Byung-Chul Han.

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