No panorama artístico do Portugal dos séculos XVII e XVIII, os bispos foram dos principais actores cujo mecenato se encontra, em grande parte, ainda por estudar. Neste contexto, encontramos personas que, no seu tempo, se afirmaram pelo seu enorme intelecto e erudição: entre estas figuras, destaca-se D. João de Mendonça (1673-1736), bispo que governou a diocese egitaniense durante vinte e três anos e sete meses, e cujo legado é mormente associado aos Jardins do Paço Episcopal de Castelo Branco. Apoiando-nos na análise do inventário póstumo (1736), e no princípio diz-nos o que lês, dir-te-emos quem és, iremos desvelar o conteúdo da sua extensa e valiosa biblioteca, a qual revela um homem com uma visão mundividente da existência humana.