A Pedra Formosa de Briteiros é interpretada à luz das formas simbólicas esculpidas no plano, como uma fachada, questionando o seu significado em comparação com outras “pedras formosas” e objetos encontrados nestes monumentos dos Castros. Neste artigo, as observações respeitam ao grupo de edificações distribuídas na região de Minho e Douro, na frente atlântica, que têm sido interpretados como banhos ou saunas, eventualmente (mais recentemente) no contexto de um rito de renascimento de guerreiros. Propomos uma nova hipótese: os monumentos teriam uma função associada à maternidade e ao parto, seriam como ‘maternários’ ou ‘casas de nascimento’. O uso destes espaços seria funcional e ritual, num fundo mitológico; a sua implantação na paisagem é significativa em relação com lugares marcantes do território e dos povoados, e a composição arquitetural dos casos conhecidos denota uma analogia antropomórfica. Esta hipótese dá visibilidade e destaca a representação social da mulher e o papel vital da maternidade, e da fertilidade e vida geradores da comunidade.