Este texto analisa o processo de ‘remasterização’ de “Sem título (Blood Sign #2 / Body Tracks)”, 1974 de Ana Mendieta, submetido pela Direção do Espólio ‘The Estate of Ana Mendieta’, em 2017. Referindo a técnica de alta-definição 2K, foi apresentada ao Museu Coleção Berardo, proprietário da obra, a digitalização do formato original (Super 8), substituindo os formatos anteriores em Betacam Digital e DVD. Analisa-se aqui, num primeiro momento, a utilidade da alteração de formatos e, posteriormente, a sua validade enquanto transferência de suporte analógico para digital. Comparando as versões, conclui-se que a transferência do formato original – analógico de dimensão reduzida - para um formato de alta definição resulta em problemas ontológicos e técnicos que se prendem com a inadequabilidade do processo de digitalização. Por outro lado, estando a tecnologia original obsoleta, a digitalização facilita a preservação e exposição da obra. Pretende-se então documentar esta reflexão com conceitos de autenticidade e suas aplicações no meio da conservação de novos media.