Em meados do século XIX, quando o azulejo é transposto para o exterior dos edifícios, cobrindo fachadas, emergiu uma singularidade na sua produção: a sua utilização como suporte publicitário. Numa fase inicial, a partir do terceiro quartel do século XIX, observam-se pequenos cartazes em azulejo, meramente informativos, integrados nas fachadas, referindo apenas produtos, lojas, serviços ou oficinas. Desde então, até meados do século XX, este género de painéis continuou a ser produzido, renovando-se de acordo com os novos estilos artísticos e seguindo a evolução dos conceitos das artes gráficas e da publicidade. Trabalho tanto de artistas desconhecidos como de pintores ou designers consagrados, evoluiu do simples lettering para as coloridas e
exuberantes representações figurativas. Apesar do declínio sentido a partir de meados do século XX, o uso do azulejo como suporte publicitário permanece ainda hoje. O presente artigo pretende analisar os painéis publicitários, uma singularidade no contexto da produção de azulejos aplicados um pouco por todo o país, relacionando-os com a identidade artística portuguesa.