O presente artigo aborda o trabalho de João Miguel dos Santos Simões (1907-1972), investigador, historiador, teórico e divulgador do azulejo português e do uso do azulejo em Portugal, bem como fundador do Museu Nacional do Azulejo. Santos Simões teve um papel de grande importância na identificação das características próprias quer do azulejo português, quer do uso do azulejo em Portugal, e foi, no século XX, um dos mais importantes promotores do azulejo enquanto arte identitária e diferenciadora. O seu principal contributo teórico centra-se na constatação de que o azulejo teve em Portugal e, por extensão, também no Brasil, uma expressão única, caracterizando-se esta pela monumentalidade da sua aplicação, e pela forma original como estruturou arquiteturas. Ao identificar as principais características do uso do azulejo em Portugal, fê-lo também tomando como ponto de comparação o uso do azulejo noutros países, nomeadamente, em Espanha. Santos Simões abordou ainda o azulejo enquanto fator de atração turística, tema que, pela sua grande atualidade, justifica, no entender do autor do presente artigo, uma reflexão aprofundada.